ISO 56001 e ISO/IEC 42001: como elas impulsionam a inovação e IA?

ISO 56001 ISO 42001

Com a crescente adoção de tecnologias emergentes como a inteligência artificial (IA), muitas empresas buscam formas seguras e estruturadas de inovar – algo que pode ser significativamente impulsionado através da ISO 56001 e a ISSO/IEC 42001.

Vivemos um avanço constante da tecnologia no ambiente corporativo nacional. Como prova disso, segundo a pesquisa global da KPMG, 47% das empresas brasileiras já utilizam inteligência artificial em seus processos, um dos recursos mais investidos atualmente.

Diante deste cenário, contudo, não basta apenas adotar novas ferramentas; é preciso integrá-las a uma estratégia de longo prazo que garanta não apenas o avanço tecnológico, mas também a responsabilidade, a ética e a sustentabilidade.

Pensando em atender tais demandas, tanto a ISO 56001, voltada para a gestão da inovação; quanto a ISO/IEC 42001, focada na gestão de sistemas de inteligência artificial, ganham destaque nesse sentido, especialmente quando complementadas de maneira poderosa.

Essa convergência permite que as organizações não só impulsionem a criatividade e a geração de novas ideias, mas também garantam que essas inovações, especialmente quando impulsionadas por IA, sejam desenvolvidas e utilizadas de forma ética, transparente e segura.

Neste artigo, você vai entender em profundidade como integrá-las com assertividade, compreendendo seus benefícios para maximizar o valor da inovação com IA e como conduzir esse processo de forma eficaz.

Veja os tópicos que serão abordados:

 

Boa leitura.

O que é a ISO 56001?

A ISO 56001, desenvolvida pelo comitê ISO/TC 279, é uma norma internacional que estabelece os requisitos para um sistema de gestão da inovação (SGI).

Seu objetivo primordial é capacitar organizações de todos os portes e setores a criar uma cultura organizacional dinâmica, capaz de, sistematicamente, gerar, priorizar, desenvolver e implementar ideias com impacto real e mensurável nos resultados do negócio.

Considerando que, até hoje, muitas empresas enxergam o processo de inovação como arriscado e que pode gerar mais bagunça do que realmente organizar, a ISO 56001 entra para organizar e prevenir esse “caos” durante os processos de inovação, ajudando as empresas a ir além da inovação pontual.

Veja em detalhes os principais pontos de transformação que proporciona:

 

Gerenciamento estruturado de portfólios de projetos de inovação

Ela oferece diretrizes para selecionar e gerenciar um portfólio equilibrado de projetos de inovação, desde ideias em estágio inicial até iniciativas mais maduras. Isso otimiza o uso de recursos e aumenta a probabilidade de sucesso.

Criação de um ambiente propício à criatividade e à colaboração

A criação de uma cultura onde a experimentação é valorizada também é incentivada, enxergando o erro como aprendizado e fomentando a colaboração. Este cenário inclui a gestão do conhecimento, o engajamento de partes interessadas e o desenvolvimento de habilidades inovadoras nas equipes.

Medição e escalonamento do valor da inovação

Um dos pilares da ISO 56001 é a capacidade de medir o impacto da inovação. Isso significa definir métricas claras, monitorar o desempenho e escalar as inovações bem-sucedidas para maximizar seu retorno sobre o investimento. Afinal, a inovação precisa gerar valor tangível.

Melhoria contínua do sistema de gestão da inovação

Assim como outros sistemas de gestão, ela enfatiza a importância de se criar um ciclo de processos em que é possível planejar, fazer, checar e agir. Isso garante que o sistema de inovação esteja em constante evolução e adaptação às mudanças do mercado e às necessidades da organização.

O que é a ISO/IEC 42001?

A ISO/IEC 42001 é, sem dúvida, um marco na governança tecnológica. Lançada em 2024, ela é a primeira norma internacional dedicada, especificamente, a sistemas de gestão de inteligência artificial (SGAI).

Em um cenário onde a IA encontra-se presente em múltiplos cenários, a necessidade de diretrizes claras para seu uso ético, responsável e seguro é algo de extrema importância.

Por isso, muito além do que construir um algoritmo de IA, ressalta a importância de gerenciar o ciclo de vida da IA dentro de uma organização, orientando as empresas a como utilizá-la da melhor forma, considerando não apenas os aspectos técnicos, mas também as complexas implicações sociais, éticas e legais.

Seus principais benefícios incluem:

Redução de riscos associados à IA

A IA, por mais promissora que seja, apresenta riscos inerentes, como viés algorítmico, questões de privacidade de dados, segurança cibernética, discriminação e tomada de decisões não transparentes.

Por meio da norma, é possível ter um guia para identificar, avaliar e mitigar esses riscos de forma proativa.

Estabelecer princípios de governança de IA

A ISO 42001 define os requisitos para que uma organização estabeleça uma estrutura de governança clara para seus sistemas de IA. Isso inclui a definição de responsabilidades, políticas internas, processos de tomada de decisão e mecanismos de supervisão.

Monitorar o desempenho dos sistemas de IA

Assim como qualquer sistema crítico, esses sistemas precisam ser monitorados continuamente para garantir que operem conforme o esperado e que os riscos sejam controlados.

Aqui, a norma orienta em como estabelecer métricas de desempenho e realizar auditorias que assegurem essa eficácia.

Fomentar a responsabilidade e a ética na IA

Este é, talvez, um dos pontos mais cruciais do mercado. A ISO/IEC 42001 coloca a ética no centro do uso da IA, garantindo que os sistemas sejam desenvolvidos e utilizados de forma justa, não discriminatória e que respeitem os direitos humanos.

Por que integrar a ISO 56001 e ISO 42001?

A integração das normas ISO 56001 e ISO/IEC 42001 é fundamental para empresas que desejam inovar com inteligência artificial de forma estratégica e responsável.

Em um cenário onde a IA se tornou um motor de transformação, a questão principal não é mais “se” ela fará parte da inovação, mas “como” gerenciá-la de maneira eficiente e ética.

Nesse sentido, ela oferece a estrutura para que a inovação ocorra de forma sistemática, assegurando que seja segura, que esteja em conformidade com as expectativas sociais e regulatórias, e criando uma estrutura robusta para uma estratégia responsável, garantindo governança completa e abrangente.

Essa abordagem integrada proporciona benefícios concretos como a redução de riscos legais, regulatórios e reputacionais, ao incorporar requisitos de segurança e ética desde o início dos projetos, garantindo conformidade com leis como LGPD e GDPR.

Além disso, fomenta a melhoria contínua de processos e produtos inovadores, alinhando a organização com os padrões internacionais de excelência, facilitando a atuação em mercados globais.

Combinar a ISO 56001 e ISO/IEC 42001 é construir uma ponte sólida entre a busca pela inovação e a necessidade de responsabilidade. Isso garante que o futuro impulsionado pela IA seja construído em bases de confiança e ética.

Como integrar a ISO 56001 e ISO 42001 na sua empresa?

Ainda que a teoria seja crucial, a verdadeira transformação acontece na implementação prática. A boa notícia é que a integração das normas ISO 56001 e ISO/IEC 42001 é facilitada por suas estruturas e princípios comuns, permitindo um roteiro prático para guiar sua organização nesse processo de inovação responsável.

Para começar, a Estrutura de Alto Nível (HLS), comum a ambas as normas, simplifica bastante. Isso significa que sua empresa pode criar uma documentação unificada, desenvolver um Sistema de Gestão Integrado (SGI) que abranja tanto a inovação quanto a inteligência artificial, e realizar auditorias combinadas.

Essa abordagem otimiza recursos e evita a duplicação de esforços, promovendo uma governança eficiente da inovação com IA. Porém, o verdadeiro alicerce desse processo de implementação estará no planejamento estratégico.

Comece por integrar a IA ao seu pipeline de inovação, definindo o escopo do Sistema de Gestão de IA alinhado ao da inovação. É crucial que seus princípios de ética, transparência e segurança sejam considerados desde a concepção de qualquer projeto inovador. Assim, você pode estabelecer objetivos e metas integrados que contemplem tanto a inovação quanto a responsabilidade e conformidade dessa tecnologia.

Outro pilar fundamental é a avaliação de riscos e impacto. Integre a análise de riscos da inovação com as exigências da IA, identificando e mitigando os impactos sociais, éticos e técnicos.

A partir disso, desenvolva controles integrados para ambos os conjuntos de riscos, abrangendo desde a segurança cibernética até a automação de vieses, garantindo uma gestão de riscos. Finalmente, utilize monitoramento, medição e KPIs para avaliar e aprimorar continuamente.

Conte com o apoio de uma consultoria especializada

Conduzir esse processo em qualquer empresa pode ser um verdadeiro desafio. Por isso, contar com o apoio de uma consultoria especializada não só trará maior segurança às suas ações, mas também elevará a assertividade na conquista dos objetivos desejados.

Nesse processo, você pode contar com a ajuda da PALAS.

Temos uma equipe especializada para ajudar sua empresa a estruturar um sistema de gestão que não apenas impulsiona a inovação, mas também garanta a governança e a responsabilidade necessárias para o sucesso na era da inteligência artificial.

Com a PALAS, você transforma desafios em oportunidades, posicionando sua empresa na vanguarda da inovação responsável.

Nosso propósito é preparar as companhias para o futuro ao unir criatividade, processos, metodologias ágeis e flexíveis às necessidades de cada empreendimento. Venha saber mais sobre como podemos levar a inovação ao seu negócio em nosso site.

Conclusão

A integração entre a ISO 56001 e a ISO/IEC 42001 representa o próximo passo lógico e estratégico para empresas que desejam inovar com inteligência e responsabilidade. Essa não é apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica para garantir competitividade e confiança em um mundo cada vez mais orientado por dados e automação.

Ao adotar essa abordagem integrada, sua organização estará não apenas gerando mais valor através da inovação impulsionada pela IA, mas também construindo uma reputação de liderança ética e responsável.

Isso, além de estar mais preparado para enfrentar os desafios regulatórios, mitigar riscos e, acima de tudo, construir um futuro onde a tecnologia consiga ser usufruída de forma segura e benéfica.

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alexandre

Mestre em engenharia e gestão da inovação pela Universidade Federal do ABC, engenheiro mecânico e bacharel em física nuclear aplicada pela USP. Passou por empresas nacionais e multinacionais, sendo responsável por áreas de improvement, projetos e de gestão. É certificado na metodologia Six Sigma - Black Belt, PMBoK e Scrum Master. Especialista e auditor líder em sistemas de gestão de normas ISO. É membro de grupos de estudos da ABNT, incluindo riscos, qualidade,  ambiental, compliance, saúde ocupacional e inovação. Formado em pós-MBA em inovação e Master em 4ª Revolução Industrial & Emerging Technologies, é sócio-fundador da PALAS, e um dos únicos brasileiros que participou do processo de formatação da ISO de Inovação.