P&D: como a ISO de 56001 ajuda a transformar em resultados mensuráveis?

P&D

Transformar pesquisa e desenvolvimento (P&D) em resultados concretos ainda é um dos maiores desafios das organizações, mesmo daquelas que já investem milhões em inovação. Para ajudá-las a transformar esses projetos em resultados mensuráveis, a ISO de Inovação é uma aliada poderosa.

Muito mais do que um selo, essa metodologia de gestão reconhecida internacionalmente funciona como um guia capaz de transformar criatividade em retorno real, orientando as empresas a quais caminhos tendem a trazer os resultados esperados com máximo retorno.

Isso, na prática, pode se refletir em redução de riscos, aceleramento de ciclos de desenvolvimento e tomadas de decisões mais estratégicas que favoreçam a maior reputação da marca em seu segmento.

Ela preenche o gap entre o esforço dos times e os resultados conquistados, transformando essas iniciativas em projetos bem mais rentáveis e previsíveis. Do contrário, questionamentos como: “O que funciona? O que deve ser priorizado? Quais projetos realmente criam valor?” acabam impedindo qualquer avanço nesse sentido.

Diante de um cenário extremamente acirrado, é fato dizer que, hoje, quem domina a inovação domina o mercado. E, com a ISO de Inovação, as empresas conseguem criar uma estrutura bem mais consistente para transformar ideias e experimentações de P&D em valor mensurável – e é sobre isso que abordaremos ao longo deste texto.

Veja os tópicos que serão abordados:

     

    Boa leitura.

    O que a ISO 56001 traz para P&D?

    A ISO 56001 – parte da família ISO de gestão da inovação – traz uma estrutura robusta para que as empresas transformem suas iniciativas de P&D em inovação sistemática, mensurável e alinhada aos objetivos do negócio.

     

    Entenda melhor como isso funciona na prática:

    Estrutura de governança

    É papel da alta liderança estabelecer políticas de inovação, objetivos estratégicos e comprometimento com recursos, autoridade e responsabilidades de cada parte envolvida no projeto inovador.

     

    Isso porque, a ISO de Inovação defende que esse não deve ser um evento pontual ou isolado, mas se integrar à cultura e estratégia corporativas, de forma que todos unam esforços, criando a estrutura necessária para gerenciar ideias, projetos e execução dessas atividades, inclusive de P&D.

    Indicadores de inovação

    A inovação deve ser mensurável, a fim de avaliar se está gerando algum tipo de valor ao negócio. Existem diversas métricas no mercado, as quais devem ser avaliadas conforme as necessidades e projetos de cada empresa.

     

    Esse é um dos pontos mais cruciais para transformar as iniciativas de P&D em resultados reais, até mesmo aplicando uma análise crítica visando melhorias contínuas que atinjam as expectativas.

    Gestão de riscos

    O risco faz parte da inovação, mas isso não significa que deve ter temido. O erro também pode ser uma oportunidade de aprendizado, desde que seja bem gerenciado a fim de ser transformado em algo positivo.

     

    Nesse sentido, a ISO 56001 também exige que as empresas identifiquem riscos e oportunidades associados à essas iniciativas, o que ajuda a antecipar ameaças e lidar com elas de forma proativa, mitigando possíveis falhas prejudiciais às operações.

     

    Em outras palavras, ela transforma a incerteza da inovação em um risco gerenciável, através de processos estruturados e monitoramento contínuo suportados por uma governança robusta, planejamento e métricas que tragam excelentes resultados em P&D.

    Cultura de aprendizado e melhoria contínua

    Quando o erro não é temido, mas compreendido como uma oportunidade de aprendizado e correção, todas as equipes se engajam em testar e validar suas ideias, identificando aquelas que mais tendem a contribuir com o crescimento corporativo.

     

    Isso ajuda a construir um mindset de melhoria contínua e adaptação, condição essencial para uma inovação sustentável e próspera que gere conhecimento acionável em P&D.

    A ISO 56001 serve para qualquer tipo de P&D?

    Sim, a ISO 56001 foi projetada para ser aplicável a qualquer tipo de P&D, independentemente do tamanho da organização, seu segmento de atuação ou tipo de inovação.

     

    Isso porque, a metodologia não cria uma regra única a ser seguida por todas as empresas, mas sim um framework flexível que se adapta a cada estratégia e realidade corporativa. Entenda melhor como ela funciona em alguns dos principais tipos de pesquisa e desenvolvimento:

    P&D Incremental

    Destinado à realização de melhorias contínuas no que já existe na empresa, esse é um tipo de P&D que, por si só, já reduz incertezas e foca bem mais na eficiência interna.

     

    Com o apoio da ISO 56001, as empresas conseguem ser bem mais assertivas ao selecionar ideias com melhor potencial de ROI e riscos reduzidos, adotando indicadores que monitorem a rapidez e o custo das melhorias aplicadas.

     

    P&D Radical ou Disruptivo

    A ideia, aqui, é desenvolver novas tecnologias, produtos ou modelos de negócio, o que o torna um projeto de maior risco e, ao mesmo tempo, de retornos incertos, diante de tamanha disrupção.

     

    Pensando nisso, a ISO 56001 aplicada neste P&D se torna crucial para gerenciar possíveis riscos e manter o comprometimento da liderança, orientando nos melhores métodos de governança que auxiliem a lidar com essas incertezas.

     

    Isso, na prática, envolve análise tanto de riscos técnicos quanto de mercados, determinando se a empresa possui infraestrutura necessária para se arriscar nessa inovação, sem que se prejudique financeiramente ao não atingir nenhum resultado positivo.

    P&D Colaborativo e Aberto

    Também conhecido como Open Innovation, esse modelo envolve a integração de conhecimento e ideias de fontes externas, como universidades, startups, fornecedores ou, até mesmo, concorrentes.

     

    Para maximizar os resultados com essas parcerias, a ISO de Inovação fornece a estrutura necessária para gerenciar as interfaces e a propriedade intelectual (PI) envolvidas, definindo, claramente, os papéis, responsabilidades e expectativas de cada parte.

     

    Ela também exige processos documentados para garantir que a PI gerada em conjunto seja protegida, compartilhada e utilizada de acordo com acordos legais, mitigando riscos de perda de vantagem competitiva.

    Quais são os principais desafios ao implementar a ISO 56001 no P&D?

    Ao mesmo tempo em que a implementação da ISO 56001 no P&D traz uma série de benefícios, também gera desafios consideráveis que podem dificultar sua geração de valor.

     

    Veja abaixo alguns dos mais frequentes que merecem atenção:

    Resistência interna das equipes

    É normal que algumas equipes tenham resistência a grandes mudanças na empresa que afetem, de alguma forma, suas rotinas – o que pode acontecer nesse caso.

     

    Afinal, a ISO 56001 transforma, profundamente, a forma como os responsáveis pelos projetos de P&D trabalham, podendo, por exemplo, interpretá-la como uma burocracia ou controle excessivo que cortará sua autonomia.

     

    Sua exigência de um SGI estruturado também pode ser encarada como uma rigorosidade metodológica, acreditando que irá limitar sua permissão de experimentação e risco.

    Falta de cultura de inovação estruturada

    O sucesso da ISO de Inovação em P&D depende, dentre tantos fatores, de um ambiente que tenha uma forte cultura inovadora que sustente as práticas que serão estabelecidas.

     

    Em organizações que ainda estão em estágios iniciais nesse sentido, pode haver dificuldade em manter consistência e priorizar esses projetos. Culturas que tenham baixa tolerância ao erro também tendem a enfrentar empecilhos nessa trajetória, fazendo com que as equipes hesitam em participar de processos, documentar aprendizados ou propor ideias ousadas.

    Dificuldade em definir indicadores claros e mensuráveis

    Como destacamos acima, a mensuração das ações adotadas é a chave principal para transformar o P&D em resultado tangível. Porém, também é um aspecto difícil de ser aplicado.

     

    Sem indicadores robustos que tragam insights em tempo real sobre o desenvolvimento de cada projeto instaurado, como as empresas terão certeza de que as iniciativas estão atingindo as expectativas?

     

    A ISO 56001 exige que toda organização invista em KPIs quantificáveis e relevantes, até mesmo para evitar que insistam em um processo que não trará os resultados esperados.

    Necessidade de integrar processos de P&D com estratégia de negócio

    A inovação precisa estar 100% alinhada com a estratégia corporativa, para que não seja uma ação pontual e se torne uma mentalidade integrada à cultura empresarial. Mas, nem todos os negócios conseguem conduzir isso com facilidade.

     

    Muitas áreas de P&D trabalham desconectadas do plano estratégico e, com a implementação da ISO 56001, passarão a ser guiadas por direcionadores estratégicos, exigindo das empresas a máxima clareza nessa organização, promovendo uma verdadeira gestão de mudança internamente.

     

    Isso envolve, na prática, questões como a definição do portfólio de inovação, critérios de priorização, objetivos estratégicos, riscos aceitáveis e quais os horizontes de investimentos.

    Como a ISO 56001 ajuda a transformar erros de P&D em aprendizado organizacional?

    Um dos grandes pilares da ISO 56001 é, justamente, o de entender que erros e falhas em P&D não sejam vistos como algo totalmente negativo, mas que possam se tornar fontes estratégicas de aprendizado e melhoria contínua.

     

    Por isso, ela orienta as organizações a sistematizarem e maximizarem o conhecimento gerado, transformando cada tentativa em decisões mais qualificadas e estratégicas que atinjam os objetivos esperados.

     

    Entenda melhor como isso ocorre:

    Incentivo ao registro, análise e aprendizado contínuo

    Considerando que essa metodologia reforça a importância de que todo o processo de inovação – principalmente em P&D – seja documentado, analisado e revisado, isso contribui para uma maior transparência e eficácia no que será adotado.

     

    Na prática, esse registro inclui todas as hipóteses testadas, resultados esperados e obtidos, desvios, causas dos erros, impactos e oportunidades de descobertas. E, com base nessas informações, as empresas podem aplicar mecanismos formais de captura de conhecimento que favoreçam com seu aprendizado contínuo.

     

    Dessa forma, as chances de que o mesmo erro seja repetido são reduzidas, criando uma base de inteligência interna que evolui projeto após projeto junto a ações preventivas assertivas.

    Falhas se transformam em insights estratégicos

    É claro que nenhuma empresa deseja investir em algo que não irá gerar nenhum retorno. Porém, ao invés de gerar um medo nos times para que evitem tais erros, a ISO 56001 muda essa mentalidade sobre falhas dentro do P&D.

     

    Ao invés de interpretá-las como um desperdício, reforça que são capazes de gerar uma série de insights estratégicos aos negócios, como conhecimento sobre limites técnicos, validação de hipóteses de mercado, identificação de gargalos operacionais, assim como melhores direções para oportunidades aderentes às metas estipuladas.

     

    Isso transforma falhas em ativos estratégicos, a favor de tomadas de decisões mais qualificadas.

    Maior taxa de sucesso

    Quando a organização passa a tratar os erros de forma estruturada e positiva, a taxa de sucesso das iniciativas em P&D aumenta significativamente, uma vez que cada projeto se iniciará mais informado, com as equipes tendo acesso ao histórico de tentativas.

     

    Isso contribuirá com que riscos sejam previstos com mais precisão, e que decisões sejam tomadas com base em evidências acumuladas. Logo, há, também, uma redução de desperdícios, retrabalho, dos ciclos de experimentação e investimentos em pesquisas inviáveis.

     

    De forma geral, cada insight gerado durante um fracasso evita que as equipes gastem energia nos mesmos erros – o que melhora o ROI da inovação.

    Conte com o apoio da PALAS!

    Implementar a ISO 56001 no P&D é um processo complexo, que exige muito mais do que adaptar documentos: envolve ajustar a governança, cultura, métodos de experimentação, indicadores e formas de interpretar falhas e sucessos.

     

    Por isso, contar com o apoio de uma consultoria especializada em gestão da inovação e normas ISO fará toda a diferença neste sucesso, tornando essa jornada mais segura e eficaz.

     

    Se a sua empresa precisa de um parceiro estratégico nessa trajetória, então venha conhecer mais sobre a PALAS!

     

    Somos especialistas na ISO de inovação e atuamos para preparar companhias de todos os portes para o futuro, unindo criatividade, processos e metodologias ágeis e flexíveis às suas necessidades. Venha saber mais sobre como podemos levar a inovação ao seu negócio em nosso site.

    Conclusão

    Implementar a ISO 56001 no P&D faz com que ele deixe de ser visto como uma área experimental isolada e passe a atuar como um motor estratégico de valor para a empresa.

     

    Ao invés de burocratizar ou engessar a rotina desses profissionais, como muitos ainda acreditam, essa metodologia fortalece a governança, cria indicadores claros e transforma falhas em inteligência para decisões futuras.

     

    Em um mercado extremamente dinâmico e competitivo, obter esses benefícios é que aumentará, significativamente, as chances de as organizações conquistarem um retorno bem melhor a fim de alavancar o negócio em seu segmento.

     

    No final, é exatamente isso que diferencia empresas inovadoras das que apenas experimentam.

     

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    Foto de alexandre

    alexandre

    Mestre em engenharia e gestão da inovação pela Universidade Federal do ABC, engenheiro mecânico e bacharel em física nuclear aplicada pela USP. Passou por empresas nacionais e multinacionais, sendo responsável por áreas de improvement, projetos e de gestão. É certificado na metodologia Six Sigma - Black Belt, PMBoK e Scrum Master. Especialista e auditor líder em sistemas de gestão de normas ISO. É membro de grupos de estudos da ABNT, incluindo riscos, qualidade,  ambiental, compliance, saúde ocupacional e inovação. Formado em pós-MBA em inovação e Master em 4ª Revolução Industrial & Emerging Technologies, é sócio-fundador da PALAS, e um dos únicos brasileiros que participou do processo de formatação da ISO de Inovação.